MEUS POEMAS
Maria Eugenia
Cinderela
Ser Cinderela ; não as panelas.
Usar vestido: não aos farrapos.
Sapatinhos de cristal: não aos chinelos.
Bailar nos braços de um príncipe ;não a vassoura.
Sonhos de menina.
Sonhos de mulher.
Que bom bailar...
Que bom sonhar...
A estrada
Corri na estrada,
Para lugar nenhum.
Senti cansaço,
Perdi-me no espaço.
Busquei consolo,
Lembrei teu abraço.
Senti-me só,
Na garganta um nó,
Uma angustia louca.
Abri a boca,
Gritei teu nome.
Só ouvi o silencio.
Triste tormento,
Nenhum abraço,
Nenhum afago.
Somente a estrada,
Atrás o passado,
Estagnado .
.Em frente , nada,
Somente a estrada...
Muros
Muros, pedras vivas,
Que separam cidades, avenidas.
Muros , transponíveis ou não.
Alguns pelos homens construídos.
Outros, invisíveis,
Constuídos por nossa imaginação
Muros de preconceitos e mentiras,
De tabus que serciam nossas vidas.
muros de sonhos, desfeitos,
De fantasias que destroem
sonhos e anseios de meninas
muros,
que se transformam em algozes tão cruéis,
que deixam marcas profundas.
Muros ,
Que separam e ceifam vidas,
Em guerras tristes e doloridas
Muros ,
Que quando derrubados,
fazem voltar esperanças
e paz nos corações,
dos que realmente derrubam muros
e se libertam para uma nova vida.
Mudar de lugar,
Trocar , transformar.
Viver novas experiências’,
Mais uma vez sonhar.
mudar é preciso,
É como virar a página,
Escrever coisas novas.
É tudo renovar.
Ambiente novo.
Faz sentir de pronto.
Tudo começar.
Mudar...
Sem medo de errar...
***
Cartas
Cartas,
Portadoras de mensagens,
Notícias alegres ou tristes.
Cartas,
De ódios carregadas
Cartas,
De amor, românticas, sonhadoras,
Eróticas sensuais.
Cartas ,
Verdadeiras, mentirosas.
Cartas,
Comprometedoras, caluniadoras, anônimas.
Cartas,
desenhadas, amassadas, rasgadas.
Cartas
Que nos fazem rir,chorar,
Vibrar, amar.
Cartas,
Um pedaço de papel,
Que diz tudo...ou diz nada...
Minha rua
Uma rua sombria,
De gente assustada,
Que não abrem janelas,
Não sentam à calçada,
Não conhecem vizinhos.
Prá conversa animada.
À noite,
Não olham a lua,
Não contam estrelas,
Não sentem a magia.
Não falam poesias.
Não vivem o amor.
São pessoas com medos,
De tudo e de todos.
Não sonham ,
Não ousam,
Não tem fantasias.
São pessoas vazias,
Que de noite e de dia,
Não curtem a vida e a natureza tão linda,
Presente, do Pai Criador.
***
Rua triste
Numa rua tristonha,
Uma casa modesta,
De paredes caiadas,
Sonhadora menina ,morava nela.
Na adolescência, já se enamorara,
De jovem rapaz, que de amor lhe falava.
Seu primeiro amor.
Seu primeiro beijo.
Da virgem excitada, rubor nas faces.
O corpo a tremer, ao toque de mãos.
Olhares diziam do amor,
Que ambos sentiam.
E numa noite cálida,
Na rua tristonha, na casa modesta,
De paredes caiadas,
Num apelo forte,uniram seus corpos,
Vivenciando a paixão,
Concretizaram o amor.
E aquele menina,
Que vivia na casa modesta de paredes caiadas ,
Da rua tristonha,
Tornou-se mulher...
Nos braços de seu primeiro amor.
